sexta-feira, 31 de julho de 2009

Assim não dá mais!

Pitter Ellwanger

Cansei.
Não vale a pena mais nenhum comentário a respeito do time do Grêmio - pelo menos quando o jogo é fora de casa.
A derrota para o São Paulo mostrou que infelizmente a torcida tricolor não pode esperar muita coisa no Brasileirão além de uma posição intermediária na tabela.
Perder para o São Paulo no Morumbi não chega a ser um fiasco; é até normal. O que não dá para admitir é um time que perdeu seis dos sete jogos longe do Olímpico. Isso sim é fiasco para um clube do porte do Grêmio, que tem a obrigação de pelo menos lutar por uma vaga na Libertadores. No entanto, nesse embalo fora de casa, é melhor tirar o cavalo da chuva.

Enquanto isso...
O Inter, apesar da crise, segue bem colocado, com boas chances de brigar pelo título. Tudo vai depender do chamado “trabalho de vestiário”. É hora da direção entrar (de sola) em cena, como bem faz - e já fez - Fernando Carvalho. No jogo contra o Barueri, o time repetiu erros, mas já mostrou outra cara.
Aliás, é isso que falta no Grêmio.
A direção tricolor parece omissa. Falta pulso firme!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Semana de decisão

Pitter Ellwanger

O Brasileirão 2009 ainda está longe do fim, mas a dupla Gre-Nal vive uma semana de decisões particulares. Tanto Grêmio quanto Internacional enfrentam situações que podem ser determinantes para seu futuro - bem próximo - dentro da competição.

O Inter corre contra o tempo para estancar uma crise que parece não ter fim. Aliás, a saída de Nilmar é um indicativo de que o que está ruim, ainda pode piorar.
O badalado esquema tático de toques rápidos e muitos gols virou um amontoado de erros e fracassos individuais. É claro que no futebol ninguém é imbatível, mas a queda vertiginosa do desempenho colorado ainda é um grande mistério.
O fato é que o Inter precisa desesperadamente da vitória contra o Barueri na quarta-feira. Um simples empate será motivo para mais “terra arrasada”. A recepção “calorosa” na volta da delegação do Rio de Janeiro indica que a paciência do torcedor já foi pro espaço faz muito tempo.
E assim como o Grêmio demorou para achar um treinador para o lugar de Celso Roth, o Inter no momento também não teria opções à altura da sua exigência para substituir Tite.
Lembrem-se: Muricy já está empregado!!!
Portanto, só a vitória interessa contra o perigoso Barueri.

Com o Grêmio, a situação não é diferente: só a vitória interessa. Eu sei que as circunstâncias são outras. Paulo Autuori não está com o cargo ameaçado. O que anda sob sérias ameaças é a ambição tricolor no campeonato.
O Grêmio, de apenas 5,5% de aproveitamento nos jogos longe do Olímpico, terá sua primeira decisão nesta quinta-feira, contra o tricampeão São Paulo, no Morumbi. A sexta derrota em sete jogos fora de casa seria a conclusão de que o time não pode almejar nada além de uma Sul-Americana.
A exigência do adversário será maior do que foi contra Coritiba e Avaí, que integram o bloco dos que apenas lutam para se manter na primeira divisão. Por isso, a postura do Grêmio também terá de ser muito diferente do que foi até aqui.
Um empate com bom futebol até que não seria mal resultado, não fosse a sequência espinhosa que o Grêmio terá pela frente depois do São Paulo: Cruzeiro (C), Palmeiras (F), Barueri (F) e Flamengo (C). Ou seja: se quer algo além do 8º lugar de hoje, o Grêmio também precisa desesperadamente da vitória na quinta-feira.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Vai entender o futebol...

Pitter Ellwanger

Tudo bem, nem sempre o futebol obedece a lógica...
Mas assim já é demais!
A atuação do Grêmio em Florianópolis não tem explicação.
Quem viu o jogo de ontem tem a impressão de que a goleada sobre o Corinthians foi um acidente (grave) de percurso e que a vitória no Gre-Nal não passou de golpe de sorte. Foi ridículo, enfadonho, sofrível, constrangedor... Quase faltam adjetivos para desqualificar a postura do time contra o Avaí.
Por sorte - ou incompetência do juiz, que era muito fraco - ontem não teve expulsão. Mas o Grêmio voltou a mostrar instabilidade emocional num jogo longe do Olímpico. Sem falar no naufrágio técnico coletivo. Para ficar no exemplo mais emblemático, a atuação de Tcheco foi medonha. No segundo tempo, o capitão chegou a enfileirar uma sequência de passes errados e bolas perdidas. O volante Adílson e o goleiro Victor - como sempre - talvez sejam os únicos que não tenham responsabilidade sobre o fiasco tricolor no Estádio da Ressacada.
Depois de ontem, chego a pensar que não entendo nada de futebol. Esse time derruba qualquer comentarista. Só espero que tenha sido “apenas” o pior jogo do Grêmio na temporada e que as coisas melhorem já no sábado, quando - “graças a Deus”- o jogo é no Olímpico. Aliás, por falar nisso, já decidi: não vou mais perder tempo olhando o Grêmio quando a partida é fora de casa.
Afinal, o resultado todo mundo já sabe.
Em 6 jogos, são 5 derrotas e 1 empate. Ninguém merece!


E a crise do Inter?

Pensei que tinha ido pro espaço ontem à noite.
Com 2 a 0 no primeiro tempo e o time voltando à liderança do Brasileirão 2009, a impressão era de que a turbulência estava passando. Mas o segundo tempo mostrou que a crise colorada não tem nada de passageira.
Ainda assim, olho aquela maldita tabela e vejo que o Inter segue em terceiro lugar, na zona de classificação para a Libertadores, enquanto que o Grêmio é apenas o 8º colocado.
Vai entender o futebol...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O legítimo Gre-Nal do Século

Pitter Ellwanger

Deu Grêmio no ÚNICO e LEGÍTIMO Gre-Nal do Século.
O Tricolor quebrou um jejum de sete jogos sem vitória no maior clássico brasileiro e deixou a instabilidade lá pelos lados do Beira Rio. Se a gente parar para pensar, há duas semanas diziam que Inter e Corinthians eram os melhores times do país e que a final da Copa do Brasil seria uma espécie de “tira-teima”.

Pois bem: na semana passada, atropelamos o Corinthians, e ontem despachamos os “moranguinhos”.
Portanto, não preciso dizer mais nada...

Os amigos colorados que me perdoem,
mas a flauta é fundamental.

O Grêmio não poderia perder o quinto Gre-Nal seguido.
Além de desaforo, seria uma injustiça.
Apesar de repetir o erro de clássicos anteriores no gol colorado, ontem o Tricolor mostrou que respira novos ares.
Inegavelmente, o ambiente é outro no Olímpico.
O time começa a engrenar, tem um padrão de jogo definido e a sequência do trabalho já aponta para uma afirmação. É cedo para prever até onde o Grêmio pode chegar no Brasileirão 2009, mas o caminho parece bem traçado.
Paulo Autuori não é um mago de bola, e possivelmente vai cometer erros mais adiante. No entanto, é justo destacar uma qualidade do treinador gremista: a arte de simplificar.
Já o Inter, ainda padece do mau momento. Por mais que o clube se esforce, é difícil restabelecer a ordem perdida sem uma ação mais efetiva, um chamado “fato novo”. O Inter não consegue se reencontrar. A posição na tabela ainda é boa, mas nada mudou no ambiente colorado. E isso preocupa a torcida. Jogadores como Taison e D’Alessandro estão sucumbindo. A crise é coletiva, mas é na individualidade que se concentra o problema.
Como não tenho nada a ver com isso, insisto na campanha:
FICA TITE!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eu avisei...

Pitter Ellwanger

Nada é definitivo no futebol.
Eu avisei que é preciso cautela, pois o santo ainda é de barro!
Na segunda-feira, o Grêmio surgia como “grande favorito” para o clássico de domingo, enquanto que no Beira Rio o clima era de terra arrasada. Mas bastou a rodada do meio de semana para desmentir certas tendências.
Em primeiro lugar, o Inter não deixou de ser um bom time. É verdade que o grupo colorado vive um período de crise técnica. A boa vitória sobre o Fluminense, no entanto, não só recolocou o Inter na liderança, como começa a estabilizar a turbulência pelos lados do Beira Rio. Tite, por exemplo, ganhou sobrevida.
Em segundo lugar, o Grêmio ainda está longe de brigar pela ponta da tabela. É notório o crescimento da equipe, que já apresenta um padrão de jogo consistente, com boa resposta do trabalho de Paulo Autuori. Mas o Tricolor ainda carece de qualidade no seu grupo de jogadores. E isso ficou evidente na derrota para o Coritiba. A bobagem de William Thiego, que provocou uma expulsão injustificável e prejudicou o desempenho da equipe no segundo tempo, demonstra a necessidade urgente de reforços.
Detalhe: Foi a 6ª expulsão no Grêmio em apenas 11 rodadas. E quase todas de forma infantil, desnecessária.

E agora?
O Inter voltou a ser favorito?
O Grêmio vai como azarão?
Nada a declarar!

Gre-Nal é um campeonato à parte.
E o futebol, ao contrário de qualquer outro esporte, ensina que uma tendência é apenas uma tendência.


Deu Estudiantes
Eu nunca duvidei da força do Estudiantes.
É só lembrar a dificuldade imposta pelos argentinos na final da Copa Sul-Americana contra o Inter, no ano passado. O time de Veron jogou muito mais do que o Cruzeiro em La Plata e no Mineirão. O título da Libertadores 2009 é merecidíssimo.
Os mineiros acharam um gol no início do segundo tempo, mas nem isso abalou a tranquilidade dos hermanos, que seguiram tocando a bola e conquistaram a virada. O Cruzeiro, ao contrário, era puro nervosismo. Pena por Adílson Batista, o grande Capitão América. Mas confesso que torci pelo Estudiantes.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O ataque funcionou

Pitter Ellwanger

Foi a primeira atuação empolgante do Grêmio na temporada.
O time fez uma partida irretocável.
O grande Corinthians, campeão da Copa do Brasil, parecia anestesiado pela supremacia tricolor em campo. Com toque de bola e boas jogadas pelos flancos, o Grêmio precisou de apenas 37 minutos para impor a goleada de 3 a 0 - é bom lembrar que o Corinthians nunca havia perdido por três gols de diferença com Mano Menezes no comando.
O “Timão” não viu a cor da bola.
É possível que até não estivesse nos seus melhores dias, mas a incapacidade mostrada pelo Corinthians é muito mais mérito do Grêmio do que qualquer ressaca de título. Ronaldo, literalmente só passeou em Porto Alegre. Além de bem marcado, a bola quase não chegou no atacante. O Grêmio controlou o meio-campo e mostrou evolução no sistema de jogo.
A grande notícia das últimas vitórias, no entanto, está na produtividade do ataque. O Grêmio talvez seja o clube que mais desperdiçou oportunidades de gol em 2009. A baixa efetividade nas conclusões decretou a eliminação na Libertadores.
E agora, parece que tudo mudou da água para o vinho. Contra o Atlético-PR, em 12 minutos foram três oportunidades e três gols. Contra o Corinthians, o time teve quatro chances em 37 minutos e marcou outros três. Um aproveitamento impressionante, que em nada lembra o Grêmio de duas semanas atrás.

Já dá para pensar no título, então?
Vamos com calma...

Como bem declarou o técnico Paulo Autuori, foi apenas uma vitória. E é bom que o clima no vestiário seja de pés no chão. A empolgação fica por conta da torcida. O Grêmio passa por um período de reestruturação e ainda depende de muito trabalho para aspirar algo além. O futebol é instantâneo. A vitória de ontem deu moral. Mas pode virar pó na lembrança do torcedor se houver um tropeço contra o Coritiba ou no próprio Gre-Nal.
Portanto, devagar com o andor, porque o santo ainda é de barro...

Em queda livre
O Inter precisa de uma chacoalhada!
E a saída de Tite é a melhor opção neste momento.
Essa história de “mudar não mudando” não adianta; só adia o problema. Vide Celso Roth no Grêmio ano passado. Aliás, os dois treinadores carregam estigmas semelhantes.
Eles chegam em meio a crises, ajeitam a equipe e conquistam um e outro resultado interessante. Mas nada de grandes títulos, e é isso que acaba frustrando o torcedor.
Tite não tem mais clima para trabalhar no Beira Rio.
Salvo uma mudança brusca de rota nas próximas rodadas, sua saída parece uma questão de tempo.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Quem segura o Gordo?

Pitter Ellwanger

É domingo o primeiro grande teste do Grêmio no Brasileirão. E justo contra o Corinthians de Mano Menezes... e Ronaldo, é claro!
O jogo, aliás, não poderia vir em melhor hora.
O Tricolor precisa de afirmação, e uma vitória sobre o campeão da Copa do Brasil dá moral para a sequência do campeonato - Coritiba fora, dia 15, e Gre-Nal no Olímpico, dia 19. Falta (ainda) confiança ao time, principalmente da torcida.
Se o Grêmio sonha com uma classificação à Libertadores, por exemplo, a hora da arrancada é agora, quando o Brasileirão chega à metade do 1º turno.

A grande questão é:
COMO PARAR O GORDO?

Ronaldo está em ótima fase.
Com a atuação de gala contra o Fluminense, mostrou novamente que talvez seja o melhor jogador brasileiro em todos os tempos depois de Pelé. Não apenas pela facilidade com que faz gols, mesmo estando acima do peso. Mas pelo poder de superação, de renascimento. Querendo ou não, ele é “o” cara.
O Grêmio acerta ao dizer que não pretende fazer marcação especial sobre o jogador. É lógico que Ronaldo requer atenção redobrada, mas não dá para esquecer o resto do time.
Lembrem-se: o Corinthians tem Mano Menezes, e Ronaldo só brilha em função do coletivo. O conjunto corinthiano talvez seja o melhor do futebol brasileiro.
Por isso, domingo é dia de Olímpico lotado. É a chance de se livrar de uma vez por todas da ressaca da Libertadores.

Vem aí a Tríplice Coroa

Pitter Ellwanger


O Inter está com tudo no ano centenário.
Para “alegria” do fanfarrão Vitorio Piffero, os colorados podem conquistar mais uma vez a “Tríplice Coroa”.
O time já foi VICE da Copa do Brasil e da Recopa. Agora, só falta o VICE do Brasileirão. Dá-lhe Inter!
Deixando a corneta de lado, tudo conspira contra o técnico Tite. Os dirigentes negam, mas a sombra de Muricy Ramalho anda à espreita. O ex-técnico do São Paulo é quase unanimidade no Beira Rio. Foi ele que montou a base do Inter campeão da América e do Mundo em 2006. Muricy classificou o time para a Libertadores e só não foi campeão brasileiro em 2005 por conta do escândalo das arbitragens. Ele sempre foi o nome preferido depois da saída de Abel Braga, mas estava bem no São Paulo.
A batata de Tite está assando e a especulação ganha força com a negativa de Muricy ao Palmeiras. Uma derrota contra o Atlético-PR pode apressar o desejo da maior parte da torcida colorada.
Eu, particularmente, acho uma injustiça.
Tite é campeão da Copa Sul-Americana, campeão gaúcho invicto, VICE da Copa do Brasil e VICE da Recopa. Além disso, lidera o Brasileirão 2009. Portanto, FICA TITE!!!

Deu no Equador
Parece que em Quito eles tem um programa parecido com o Fantástico, onde quem faz TRÊS pede a música. Os jogadores da LDU escolheram CHOCOLATE, do Tim Maia... É sacanagem!!!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Viva a ciência!

Pitter Ellwanger

O futebol de sábado está salvo.

Os “craques” de fim de semana acabam de ganhar sua “carta de alforria” com embasamento científico.

Atenção mães, namoradas, esposas e afins:

ESTÁ COMPROVADO!

Os componentes da CERVEJA ajudam na recuperação do metabolismo hormonal e imunológico depois da prática desportiva de alto rendimento e também favorece a prevenção de dores musculares. A afirmação é do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha, que apresentou um estudo defendendo o consumo moderado de cerveja para os atletas como fonte de hidratação diária.
O estudo “Idoneidade da Cerveja na Recuperação do Metabolismo dos Desportistas”, apresentado nesta terça-feira, dia 7, foi baseado em relatórios e pesquisas de especialistas em medicina, fisiologia e nutrição da Universidade de Granada.
Portanto, a partir de agora, qualquer atraso está plenamente justificado. Chegar tarde em casa não pode mais ser motivo de briga. Se o consumo de cerveja depois do futebol é considerado importante para os desportistas de alto rendimento, para os atletas de fim de semana, então, passa a ser “fundamental”. Eu diria até que é uma questão de saúde, a fim de evitar lesões e restabelecer a condição física do indivíduo.

ISSO NÃO É PIADA!

A tese é defendida pelo cardiologista e ex-jogador de basquete da seleção espanhola, Juan Antonio Corbalán, medalha de prata nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. De acordo com os pesquisadores, a cerveja contém 95% de água e é a bebida alcoólica com menor gradação (5% em média). Recomenda-se o consumo de três tulipas de 200 ml - uma tulipa de 200 ml possui 90 calorias, o mesmo que um copo de suco de laranja.
Para chegar a essa brilhante conclusão de consumo na dieta de desportistas, os cientistas fizeram pesquisas com 16 atletas universitários com idades entre 20 e 30 anos. Os testes foram feitos durante três semanas em baterias diárias de uma hora de corrida, sob calor de 35º, 60% de umidade relativa e duas horas de pausa para hidratação. Nesse intervalo os atletas bebiam água ou cerveja (máximo de 660 ml), alternando as bebidas em cada pausa de hidratação para comparar resultados. A conclusão foi de que a cerveja permitia recuperar as perdas hídricas e as alterações do metabolismo tão bem quanto a água. Viram?

Pois é, amigos, a anistia chegou.

Recomendo aos boleiros de sábado deixar as companheiras por dentro do assunto. Afinal, ninguém precisa inventar desculpa.

É pura ciência! Prosit!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Chegou no limite

Pitter Ellwanger

A realidade é dura, por vezes cruel.
O Grêmio chegou no seu limite. Não fosse a frágil tabela de jogos até a semifinal, dá para dizer que foi além do que podia e merecia. Só vontade não ganha jogo, o que dirá uma Libertadores. Então, caindo na real, a ilusão foi boa enquanto durou.
Nos dois jogos da semifinal contra o Cruzeiro, o Grêmio criou pelo menos o dobro de oportunidades. Até jogou bem, mas faltou (muita) qualidade. Os primeiros 45 minutos de ontem são emblemáticos. O time partiu para cima do adversário, criou várias situações e nada de gol. Como brincou dias atrás o comentarista Wianey Carlet, o Grêmio “só namora e não põe pra dentro”. E é aí que faz diferença a qualidade. O Cruzeiro, que quase não passou do meio-campo no primeiro tempo, precisou de apenas dois lances para liquidar a fatura.
Se no Cruzeiro - que aliás não foi o bicho-papão que todos esperavam - sobrou qualidade, no Grêmio faltou. O lance do primeiro gol é bisonho. A forma como o sistema defensivo foi envolvido a partir de um simples lateral merece um capítulo na cartilha de que como não se joga futebol.
Mas é sabido que o que começa mal, termina mal. O Grêmio enfrenta uma sucessão de equívocos desde o ano passado, quando perdeu de forma constrangedora o título nacional. A direção parece não ter domínio sobre o cotidiano do clube. É fraca e repetitiva! Dentro de campo, o time enfrenta problemas crônicos desde a época de Mano Menezes. Ainda carece de laterais e de atacantes que saibam fazer o que lhes compete.
É por isso que a perspectiva para o restante do Campeonato Brasileiro não é muito animadora. Não existe “terra arrasada”, mas para ficar bom ainda falta muito.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Com toda justiça

Pitter Ellwanger


Fernando Carvalho tinha razão. Havia um complô para favorecer o Corinthians e derrubar o Inter na Copa do Brasil. No jogo de ontem ficou evidente toda “maracutaia”.
Observem o lance do primeiro gol: o atacante Jorge Henrique, de 1,69m, pulou além do que podia para ganhar da zaga do Inter e cabecear para o fundo das redes. Com aquele tamanho, ele nunca poderia ter feito uma jogada dessas. E só o juiz não viu!!!
No segundo gol a “infração” é ainda pior. Gravíssima, por sinal. A velocidade do chute do lateral André Santos foi muito acima da permitida por Lei. E o juiz novamente fez vista grossa.
Ou seja, “roubou” o Internacional e “favoreceu” o Corinthians, para desespero de Fernando Carvalho...
Gozação à parte, a verdade é que o vice de futebol do Inter deu um tiro no pé. A ideia do dossiê na véspera da decisão evidenciou o desespero que rondava o Beira Rio. Os próprios jogadores demonstraram muita intranquilidade em campo. Não sei se o Corinthians é melhor do que Inter, mas foi melhor time nos 180 minutos e levou o título com toda justiça.
O Inter tem uma grande equipe, mas está longe de ser um “dream team”. Criou-se uma expectativa exagerada, de time imbatível, que acabou contaminando o vestiário colorado.
Numa análise mais fria, percebe-se um declínio gradual desde o confronto com o Flamengo na Copa do Brasil. Ao contrário do início da temporada, as últimas vitórias tiveram muito mais transpiração do que qualquer conotação tática.
E aí, méritos para Mano Menezes, hoje talvez o melhor técnico do país. O Corinthians tem Ronaldo, mas passa longe do futebol arte. É um time aplicado, bem costurado, com destaques individuais que só aparecem no coletivo. É o dedo do treinador, como dizem.
Por isso, valeu pelo título, Mano. E que saudade...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Que semana, meus amigos!

Pitter Ellwanger

Que semana, meus amigos! Que semana!
É difícil saber o que deixa o torcedor mais nervoso: se a chance de virada do seu time ou a probabilidade de fracasso do maior rival. É assim que as coisas funcionam aqui no Sul.
Rivalidade à parte, o futebol gaúcho vive um estado de graça inédito. Não lembro de decisões paralelas tão importantes envolvendo Grêmio e Inter. Para se ter uma ideia da dimensão desta semana histórica, basta ver os números da imprensa. A final da Copa do Brasil e o segundo jogo pela semifinal da Libertadores trarão a Porto Alegre 82 rádios e 24 emissoras de TV.
Os olhos do Brasil e da América do Sul estarão voltados para o Rio Grande. Mais de 600 jornalistas - ou o que você preferir, já que o diploma não vale mais nada mesmo - vão aportar na capital gaúcha. São números impressionantes, que confirmam o grande momento de Grêmio e Inter.
O futebol é imprevisível. Portanto, é plenamente justificada a euforia de gremistas e colorados que acreditam em viradas históricas. Por outro lado, é preciso ponderar que o esporte das multidões também observa certas tendências de momento. E a tendência atual aponta para Corinthians e Cruzeiro.
Como gremista, não posso deixar de acreditar no meu time, assim como também sou obrigado a ligar o “secador” nesta quarta-feira. Porém, na frieza da razão, acho que a alegria dos gremistas será hoje e a dos colorados amanhã.
Pessoalmente, gostaria de acertar minha primeira previsão e errar a segunda. Mas como desportista, também sei que a eterna gangorra pode “ressuscitar” a qualquer momento, seja para o lado azul ou para o lado vermelho.
Como diria Galvão Bueno, “haja coração!”