quinta-feira, 28 de maio de 2009

O nocaute de Taison

Pitter Ellwanger


Futebol é volátil.
O “bola cheia” de hoje pode ser o “bola murcha” de amanhã. Tem jogador que passa de herói a vilão em questão de minutos.
Mas é fato que Taison, o menino do Beira Rio, é o melhor jogador do futebol brasileiro na atualidade. A exceção de um, no máximo dois jogos, ele vem mantendo uma regularidade impressionante nesta temporada. Ontem, desmontou sozinho a defesa do Coritiba e encaminhou a vaga colorada para a final da Copa do Brasil.
O jogo foi duro, complicado. O gol do Coritiba assustou a torcida. Mas craque é craque, e Taison precisou de apenas dois minutos de pura impetuosidade para garantir a vitória.
A vantagem de dois gols é muito boa, e pela bola que o Inter vem jogando, já é finalista. Ou alguém duvida?

Só valeu pelo resultado

Pitter Ellwanger



Foi sofrível, principalmente no primeiro tempo.
A péssima condição do gramado e a dificuldade do Grêmio em entrar no jogo por pouco não decretaram a primeira derrota na Libertadores 2009.
O modesto Caracas tentou fazer da vida do Grêmio um inferno, literalmente. Aqueles “lança-chamas” que tomaram conta das arquibancadas, antes da partida, davam a sensação de uma noite de suplício tricolor na Venezuela.
Com bola rolando, o gol logo a 1 minuto até assustou - mais pela falha da defesa do que pela competência do adversário. Ninguém do Grêmio pulou na bola. Aos poucos, porém, deu para perceber a fragilidade do Caracas, um time modesto que não deve oferecer maior resistência em Porto Alegre no dia 17 de junho.
O problema é que o Grêmio não se ajudou. Victor, como sempre, teve que “operar um milagre”. O meio-campo demorou para acertar e só na metade do segundo tempo que o time realmente foi efetivo no ataque.
O que ficou da partida de ontem é que Paulo Autuori tem muito trabalho pela frente. O Grêmio deve classificar para as semifinais até com certa facilidade. O problema é o que vem depois: Cruzeiro ou São Paulo.
Portanto, até o mais otimista dos gremistas deve evitar pensar no Barcelona... Afinal de contas, como diz aquele velho e surrado ditado, “mingau quente se come pelas beiradas...”


segunda-feira, 25 de maio de 2009

O primeiro passo

Pitter Ellwanger


Futebol não é milagre. É trabalho duro. O Inter é a maior prova disso. O time que hoje encanta o país começou a ser (re)montado no ano passado, dentro de um processo de reformulação do grupo multicampeão em 2006 e 2007. No último Brasileirão, apesar da condição de favorito, o Inter enfrentou percalços e não conseguiu a tão sonhada classificação para a Libertadores da América no ano do centenário. Porém, direção e comissão técnica mantiveram a convicção no trabalho, sem abandonar o planejamento. E os resultados começam a aparecer.
Portanto, é justo considerar a vitória do Grêmio sobre o Botafogo como um primeiro passo. O time não foi brilhante. Pelo contrário, em alguns momentos repetiu velhos erros e irritou a torcida. O fato é que o ambiente é outro e a mão do técnico Paulo Autuori já pode ser vista em pequenos ajustes na mecânica de jogo. Tcheco, por exemplo, finalmente fez sua “estreia” na temporada. O avanço dos meias é um indício claro do sistema que o novo treinador pretende implantar. Ele faz bem em não abandonar de vez o esquema 3-5-2, mas todos sabem que a mudança para o 4-4-2 é só uma questão de tempo. Não há necessidade de três zagueiros.
O melhor da estreia com vitória é o novo ânimo que embala os jogadores e a torcida. Em meio à instabilidade de um time em formação, a esperança renasce. Mas é preciso conter a euforia. Na quarta tem o Caracas, na Venezuela, de fato o primeiro time que pode impor dificuldade ao Grêmio nesta Libertadores. Ainda que não seja um adversário no nível de Cruzeiro e São Paulo - confronto que define o adversário de Grêmio ou Caracas na semifinal -, a partida de quarta é chance de afirmação daquilo que o Grêmio pode - ou não - conseguir na temporada de 2009.

Sem comentário...
O Inter dispensa comentários.
Os colorados estão nas nuvens com o início arrasador no Brasileirão 2009. Tem torcedor acreditando que a equipe pode repetir 1979, quando o Inter foi campeão brasileiro invicto.
Cá entre nós, é um exagero, até justificado pelo momento, mas um exagero.
O campeonato de pontos corridos é desgastante e dificilmente um clube consegue manter o mesmo ritmo até o final. Mas também é verdade que o Inter segue como grande favorito e como time a ser batido nesta temporada.
O Coritiba é o próximo a tentar bater o Colorado.
Acho difícil. Quarta, no Beira Rio, dá Inter... infelizmente!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Dunga, o anão infeliz!

Pitter Ellwanger

O sonho de todo jogador de futebol profissional é chegar à Seleção Brasileira. Não importa se o cara vai ser reserva do reserva.
Uma convocação para vestir a amarelinha dá prestígio, fama internacional - ainda mais para quem atua no futebol brasileiro.
Mas o discurso de que “o país está acima dos clubes” vale para dirigente e treinador de seleção. Torcedor não quer saber disso. O que importa é o clube do coração, principalmente para nós, gaúchos, bairristas convictos. Se a seleção for campeã do mundo, tudo bem, tem festa. Mas prefiro ser eliminado pela França nas quartas-de-final do que perder o Gauchão para o maior rival.
O negócio é Grêmio ou Inter.
Se o meu time perder no fim de semana, minha segunda-feira já começa cinza e azeda. A seleção fica em segundo plano. Na verdade, só me empolgo em torcer pelo Brasil contra a Argentina.
Portanto, meu raciocínio é de torcedor.
E, como torcedor gremista, estou indignado com a convocação do Dunga, o anão infeliz! Em meio à instabilidade de um grupo em processo de afirmação, chamar o Victor para ser terceiro goleiro na seleção é desfalcar meio time do Grêmio às vésperas de uma decisão pela Libertadores. Em 1997, o “velho lobo” Zagallo fez a mesma coisa com Paulo Nunes e o Grêmio foi eliminado.
Por que o Dunga não chamou Bruno, do Flamengo, que caiu fora da Copa do Brasil e só tem mais o Brasilerão para disputar?
Entendo a alegria do Victor, mas estou preocupado com o Grêmio. O reserva Marcelo Grohe é bom goleiro. O problema é que Victor tem sido tão decisivo para o time quanto um atacante matador - coisa que, a propósito, ainda não encontramos. O ataque até pode passar em branco, mas Victor é autor de pelo menos uma “defesa impossível” a cada jogo do Tricolor. Por isso, vai fazer falta.
A situação do Inter me parece menos angustiante. É verdade que foi o único clube a ter dois jogadores convocados em meio às decisões da Copa do Brasil. No entanto, o grupo colorado é muito forte. A ausência do lateral Kléber, por exemplo, não deve trazer grandes prejuízos. O atacante Nilmar, sim, pode fazer falta. Mas convém lembrar que Alecsandro não costuma passar em branco quando entra no time. Talvez não tenha a chamada “genialidade” de Nilmar, mas também é um artilheiro nato.
O fato é que gremistas e colorados estão revoltados com Dunga, o anão infeliz! E se os jogadores da dupla não forem liberados, como pretendem os dirigentes, o jeito é torcer para que eles entrem em campo, pelo menos...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Inter é imbatível? Não duvido

Pitter Ellwanger



É impressionante!
O time é muito bom, a fase é espetacular... Não adianta nem secar! Talvez só Mano Menezes seja capaz de parar o Inter na Copa do Brasil. Mas, sinceramente, duvido! Pelo jeito, vem aí a tão sonhada vingança de 2005.
O Inter não foi espetacular contra o Flamengo, um time até bem postado na defesa, mas que padeceu pela falta de ataque - Obina e Zé Roberto é piada de mau gosto. A verdade é que um time vencedor não precisa jogar bem sempre. O futebol competitivo vai além disso. É preciso transpirar e vibrar em cada lance, como faz esse animal do Guiñazu. É preciso acreditar até o fim, com Andrezinho, por exemplo, um jogador mediano mas que tem a confiança do treinador - e ontem justificou plenamente. Sem contar a genialidade de um Nilmar, de um D’Alessandro, de um Taison, que podem ser decisivos em questão de segundos.
A comparação do Inter dos anos 2000 com o Grêmio da década de 90 é inevitável. Não digo pelo estilo de jogo. O Inter de hoje é bem mais técnico. O Grêmio de Felipão era mais transpiração. O ponto de equilíbrio entre o passado tricolor e o presente colorado é a pegada característica do futebol gaúcho, de competição. Não tem bola perdida, não tem jogo jogado. A equipe atua no limite, com entrega, com superação.
O grupo colorado está fechado e a engrenagem bem ajustada. Por isso, mesmo quando não dá espetáculo, os resultados aparecem e a estrela brilha.
É sabido que em futebol tudo pode acontecer, mas não creio que o Coritiba seja páreo para o Inter nas semifinais. O Colorado é o time do momento, favorito disparado na bolsa de apostas da Copa do Brasil. E do Brasileirão também. Parece inevitável que o Inter ganhe pelo menos uma dessas competições em 2009. Aliás, do jeito que a coisa anda, não duvido que pape as duas, para tormento da nação tricolor...

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Autuori é a esperança do Grêmio

Pitter Ellwanger


Não dá para tapar o sol com a peneira...
O time do Grêmio não inspira confiança. Pelo menos foi assim até agora. Os adversários na Libertadores eram muito fracos. Não servem de parâmetro. No Gauchão, três derrotas consecutivas para o maior rival. Mesmo que a equipe tenha feito frente ao Inter em dois deles - e jogou até melhor, na minha opinião -, o fato é que foram três derrotas. E contra fatos não há argumentos.
Pois o Grêmio ganha um sopro de vida com a chegada de Paulo Autuori. Ele não é gaúcho; é carioca. Não tem o estilo do Felipão ou do Mano, que deram certo no Grêmio. Pelo contrário, tem fala mansa, é muito articulado e parece demasiado calmo. Enfim, tem tudo para dar errado por aqui... É só lembrar que ele já teve uma passagem curta e (muito) discreta pelo nosso co-irmão.
Porém, na contramão de tudo isso, vai a esperança gremista. A torcida precisa respirar novos ares. Afinal, foi um período duro, de muito sofrimento, esse um ano e pouco com Celso Roth. O cara é boçal, teimoso e ainda por cima idiota. Levou três chineladas seguidas nos clássicos - sem contar aquele trágico 4 a 1 de 2008, que azedou o chope do meu Kerb - e ainda deixou o Olímpico se sentindo “o” injustiçado. Por isso, nada pode ser pior.
Marcelo Rospide não tinha bala na agulha. Fez o que lhe cabia, como bom profissional interino. Com Autuori, a coisa muda. É técnico tarimbado. E, apesar dos indícios desfavoráveis, acredito na redenção tricolor com ele no comando. Não sei se ainda dá tempo de recuperar o time na Libertadores. No Brasileirão, talvez. Mas confio nessa proposta de trabalho a longo prazo - o contrato dele vai até o final de 2010. Quem sabe esteja aí um futuro promissor para o Grêmio. No 4-4-2, é claro. Porque o esquema 3-5-2 está saturado. Sem falar que tem a cara do Celso Roth!!!

O Rolo Compressor
Os colorados gostam de reviver a expressão “Rolo Compressor”, que eternizou o time da década de 40 que empilhou oito títulos estaduais em nove anos.
Pois o Inter de 2009 também tem sido uma máquina de destroçar adversários. Em 29 jogos na temporada, são 24 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota. É o melhor ataque do país, o líder do Brasileirão e está a um passo das semifinais da Copa do Brasil. Apesar daquele friozinho na barriga do torcedor, é difícil imaginar que o Flamengo de Cuca seja páreo no Beira Rio lotado.
Mas... como dizem os mais antigos, “futebol é uma caixinha de surpresas”, pois “o jogo só acaba quando termina”, “quem não faz leva” e “nem sempre o melhor vence”. Por tudo isso, ainda vale uma secadinha nesta quarta-feira...