sábado, 14 de agosto de 2010

Coitado do Renato...

Pitter Ellwanger

Que fria - fria não, que gelada! - em que o maior ídolo da história do Grêmio foi se meter... A fase é tão ruim, que ele já assumiu sendo desclassificado na 1ª fase da Copa Sul-Americana, dentro do Estádio Olímpico, contra o “poderoso” Goiás.
É evidente que ele não tem culpa de nada - e nem terá se o time voltar a perder para o Goiás amanhã. O problema do Grêmio é estrutural e de longa data. Nos anos 2000, o clube conquistou uma Copa do Brasil logo de cara e desde então vem se arrastando de forma melancólica. Fora um e outro resultado milagroso, como a Batalha dos Aflitos e a final da Libertadores 2007, a verdade é que o Grêmio afundou no abismo que hoje o separa do co-irmão. Falta de planejamento e gestões políticas equivocadas arruinaram o até então maior clube de futebol do Sul do país.
Na caminho inverso, o Inter tratou de lamber as feridas das frustradas décadas de 80 e 90 para renascer de forma grandiosa e avassaladora. E um detalhe: o planejamento foi tão bem feito, que o clube está trilhando um caminho sem volta. É claro que o Inter não vai ser campeão sempre, mas é praticamente impossível que volte ao fundo do poço, com oscilações de eletrocardiograma, como acontece hoje com seu maior rival. A diferença está na base sólida erguida pelo grupo que hoje comanda o clube.
Como dizem por aí, um é a razão de ser do outro, e vice-versa. Portanto, o Grêmio deve mirar o exemplo do Inter, assim como o próprio Inter fez no passado de glórias do Grêmio.
Fábio Koff foi exemplo para Fernando Carvalho, que hoje deve ser exemplo para os dirigentes que virão. Nem tudo está perdido, mas o suplício dos gremistas parece que não terá fim...
Em tempo 1
Não creio em rebaixamento. Renato Portaluppi tem peito para chacoalhar o combalido vestiário tricolor.
O problema é que, ter de se contentar em não cair, é muito pouco para uma torcida tão grande e apaixonada.
Em tempo 2
Se por um lado o time do Inter teve (muito) mais sorte do que competência até a final da Libertadores, por outro lado não dá para negar a superioridade colorada contra o Chivas, um time modesto que não deve oferecer resistência em Porto Alegre.
É duro admitir, mas o Internacional já é bicampeão da América.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sorte tem fim?

Pitter Ellwanger

Pode parecer dor de cotovelo, mas a verdade é que o Inter vem tendo (muito) mais sorte do que competência nesta temporada. É o time mais “rabudo” da história do futebol. Vamos aos fatos:

1) O Inter fez uma campanha modestíssima na 1ª fase da Libertadores da América. Era um time comum e pouco confiável.
No Brasileirão, antes da parada da Copa do Mundo, estava atrás até do Grêmio, “namorando” a zona do rebaixamento e sem muita perspevtiva de futuro nas duas competições.

2) Nas oitavas de final, passou sufoco contra o Banfield, mas classificou. Na quartas, venceu apertado o Estudiantes no Beira Rio e levou uma “saranda” na Argentina, mas acabou achando um gol no finalzinho, em meio à fumaceira dos sinalizadores.

3) Até a parada da Copa, esse era o Inter, que na semifinal teria pela frente o São Paulo. O tricolor paulista havia desbancado o Cruzeiro, um dos favoritos ao título, com duas atuações de luxo. Era o São Paulo, portanto, o grande favorito - e provável finalista - se a Libertadores tivesse tido sequência logo adiante.

4) Pois a parada da Copa representou mais um “golpe de sorte”, fazendo o Inter renascer e o São Paulo naufragar.
E o mais curioso e enigmático de tudo: o renascimento veio pelas mãos de Celso Roth. Se isso não é sorte...

5) Veio o confronto contra o São Paulo, que no Beira Rio foi covarde, e o Inter acabou merecendo a vitória - mais pela mediocridade paulista do que por seus próprios méritos.
No Morumbi, porém, a sorte colorada parecia chegar ao fim quando Renan falhou no primeiro gol são-paulinho. Mas os astros, definitivamente, só conspiram a favor do Inter. O gol de Alecsandro, desviando uma falta mal batida por D’Alessandro, só tem explicação em movimentos ocultos, sobrenaturais.

6) Na bastasse tudo isso, ainda caiu no colo a classificação do Chivas para a final da Libertadores. Como o time mexicano é convidado e não pode representar a América do Sul, o Inter já está no Mundial de Clubes. É coisa de outro mundo...

Só resta perguntar:
- Sorte tem fim?
No caso do Inter, parece que não...