segunda-feira, 25 de julho de 2011

E o sofrimento continua...

Pitter Ellwanger

Grêmio e Inter vivem a iminência de uma temporada perdida – no caso do Tricolor, mais uma entre tantas nos últimos anos. Até a esperança de brigar por uma vaga na Libertadores é escassa; pensar no título brasileiro, então, parece fora de cogitação.
Depois de três derrotas consecutivas, o Inter voltou a vencer, é verdade. Mesmo assim, a saída de Paulo Roberto Falcão foi surpreendente e precipitada. Seu trabalho ainda estava no começo, diferente do caso de Renato Portaluppi, no Grêmio, que havia perdido a capacidade de mobilização do vestiário. Nos dois casos, porém, prevaleceu a hierarquia do clube – leia-se a vontade do presidente. Os ídolos da torcida não tinham a simpatia de Luigi e de Odone, que não perderam a “oportunidade”.
No Grêmio, a decisão foi acertada, não havia escolha. No Inter, Falcão acabou vítima das circunstâncias e da proximidade com o truculento vice de futebol, Roberto Siegmann. Quem ganha e quem perde com tudo isso só o tempo vai dizer. O fato é que os dois clubes fizeram o que precisava ser feito neste momento.

Outro semestre perdido?
Dentro de campo, a perspectiva do início de temporada não se modificou. O Inter tem um grupo qualificado, mas um time que oscila demais. O Grêmio melhorou a qualidade do plantel com algumas contratações, mas ainda não encontrou padrão de jogo. Ou seja: Foi um semestre perdido que deve custar o segundo!

E a Copa América, hein?
O fiasco do Brasil nos pênaltis foi algo inexplicável, mas é preciso reconhecer o momento de renovação comandado por Mano Menezes. A base é jovem e talentosa, requer tempo de adaptação e entrosamento. O futuro da seleção é promissor.
Quanto ao campeão, nada mais justo. O retrospecto recente mostra que o Uruguai recuperou sua força no futebol e o título conquistado ontem é um reconhecimento à geração de Forlan.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

As “viúvas” de Portaluppi

Pitter Ellwanger

A despedida de um ídolo sempre é triste.
RENATO PORTALUPPI mora no coração de todos os gremistas, que trazem eternizadas na memória as imagens do camisa 7 entortando os zagueiros do Hamburgo. A final do Mundial de 83 transformou o jogador em mito no imaginário do torcedor. Por isso a grande comoção com sua saída do Olímpico.
Como gremista, também sou fã incondicional de Renato. Mas a análise fria do desempenho do time na atual temporada não deixa dúvidas de que a troca do treinador é o melhor caminho – para o bem do Grêmio e do próprio ídolo. Curiosamente, Renato não conseguiu repetir o ótimo aproveitamento do ano passado. É bem verdade que ele perdeu jogadores importantes, como o artilheiro Jonas, e não teve reposições à altura, caso de Lins. Mas também é verdade que a convicção que sobrava no segundo semestre andou em falta agora. O treinador fez escolhas equivocadas, tanto de esquema, quanto de jogadores. E o pior de tudo: insistiu no erro!
Não culpo Renato pelo fracasso do Grêmio; ele tem apenas parte da culpa. Os vilões estão na direção do clube. Como já escrevi aqui, Paulo Odone é A MAIOR DECEPÇÃO dos últimos tempos. Em seis meses, transformou a esperança na retomada das grandes vitórias em conformismo por mais um ano SEM GANHAR NADA!

E o novo técnico?
Julinho Camargo não parece ter pulso para comandar um vestiário cheio de “viúvas” do Renato. Gostaria de ver Dorival Júnior no Grêmio, mas ele não saiu do Atlético-MG nem depois de tomar quatro do Inter em casa. Sobre Cuca e Adílson, ainda bem que não vieram. Nunca pensei que diria isso, mas a melhor alternativa para arrumar a casa talvez seria CELSO ROTH!!!

Confiança Colorada
Confiança é tudo no futebol. E foi isso que o Inter recuperou com as grandes atuações contra Figueirense e Atlético-MG. Como o próximo adversário será o lanterna Atlético-PR, o time de Falcão tem tudo para embalar de vez no Brasileirão. O único “porém” será a ausência de Oscar, que vai para a seleção sub-20. O jovem atleta tem sido um dos pontos de equilíbrio do esquema colorado.

Seleção decepciona
O Brasil ficou devendo na estreia da Copa América. O empate com a Venezuela mostrou que é cedo para apostar tudo em Neymar, Ganso e Cia. São grandes jogadores, sem dúvida, mas o entrosamento na seleção requer tempo. Mano Menezes está no caminho certo, apostando nos melhores – só falta “encaixar”.