quarta-feira, 24 de agosto de 2011

A gangorra enferrujou...

Pitter Ellwanger


O primeiro turno do Brasileirão está chegando ao fim com duas certezas: O Inter lutará por vaga na Libertadores e o Grêmio, para não cair. A realidade dos últimos anos tem sido muito cruel com a torcida gremista. Não bastasse o jejum prolongado de grandes títulos, o maior rival segue empilhando decisões internacionais.
O Inter, por sinal, tem tudo o que o Grêmio não tem, a começar por centroavante. Nem vou entrar no mérito de questões batidas, como “falta de planejamento” e “incompetência da direção”. A existência de Leandro Damião de um lado e a (in)existência de André Lima de outro, é o emblema da abissal distância entre os dois clubes neste momento. E a perspectiva não é das melhores para a nação tricolor. O Grêmio se transformou num amontoado de equívocos. A patacoada do caso Ronaldinho Gaúcho virou a “trilha sonora” de outra temporada melancólica – e sem título!
Na outra ponta da gangorra, os colorados não têm do que se queixar. É claro que o Mazembe deixou “sequelas incuráveis”, mas também é fato que desde 2006 o Internacional domina o cenário sul-americano. E depois do bi da Libertadores no ano passado, hoje à noite eles podem comemorar o bi da Recopa.

E o Gre-Nal?
Tudo bem que “clássico é clássico”, mas não tem como não dar Inter no domingo. Só espero que não seja de goleada...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Recomeço em pleno agosto

Pitter Ellwanger

Apesar da distância de cinco pontos na tabela, Grêmio e Inter vivem realidades parecidas no Brasileirão 2011. Os dois times não decolam, não têm mais perspectiva de título e encaram uma espécie de “recomeço” de temporada em pleno mês de agosto.
O Grêmio venceu a primeira sob o comando de Celso Roth, que em dois jogos ainda não perdeu. Não que o time tenha mudado da água para o vinho; muitos defeitos ainda se repetem. Mas é fato que a postura já é outra e os resultados colaboram. Em tempos de ameaça de rebaixamento, o que importa mesmo são os 3 pontos.
Por enquanto, não dá para projetar nada além da fuga da zona da degola. É cedo para dizer do que o Grêmio de Celso Roth será capaz. Os últimos três jogos do primeiro turno são decisivos neste sentido. A equipe joga duas fora de casa na sequência, contra Ceará e Atlético-GO, e depois tem o Gre-Nal no Olímpico. O que sair dessa trinca pode dar esperança à torcida ou frustrá-la de vez.
O Inter recomeça sua caminhada no Brasileirão sob a batuta de Dorival Júnior. Ninguém sabe o que vai sair dessa cartola. Trata-se de um bom técnico, mas que depois de dois títulos no Santos em 2010 enfrentou sérios percalços no Atlético-MG. E assim como seu novo treinador, o Inter também vive uma maré de altos e baixos. Só o tempo para dizer se esse casamento dará certo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fantasma nada camarada

Pitter Ellwanger

O Grêmio começa a semana a um passo da zona do rebaixamento. Não fossem os jogos atrasados do Santos, o Tricolor já estaria no Z4 do Brasileirão 2011. Ou seja: não há nada tão ruim que não possa piorar. Esse é o lema da torcida gremista nos últimos anos.
O pedido de demissão de Antônio Vicente Martins foi sua decisão mais acertada à frente da vice-presidência de futebol. Melhor ainda seria se o presidente Paulo Odone tomasse o mesmo rumo, mas esse só sairá no final de 2012 – infelizmente! Insisto em repetir: o presidente que resgatou o Grêmio da Série B em 2005 é a maior decepção dos últimos tempos. Um ano que tinha tudo para ser grande pode acabar marcado pelo drama de outra queda.
A reação antológica do ano passado não se repetirá, apesar do discurso enfadonho de alguns dirigentes. Foi uma espécie de “Batalha dos Aflitos” que não cai duas vezes no mesmo lugar. Sinceramente, não vejo luz no fim do túnel; a situação parece ainda pior. E uma nova troca de técnico é só questão de tempo.

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Falando em técnico, a rodada do meio de semana pode definir o futuro comandante de Grêmio ou Inter. Todas as atenções estarão voltadas para o Estádio Olímpico, onde o Tricolor encara o Atlético-MG, de Dorival Júnior. Se o Grêmio perder, o que é bem provável, Julinho Camargo não deve resistir, com grandes chances de Celso Roth assumir. Já uma vitória do Grêmio pode custar o emprego do técnico do Atlético, que então ficaria livre para assumir o Inter. Neste caso, é forte a possibilidade de Celso Roth seguir para Minas Gerais. Resumindo: independente de quem vencer, tudo indica que Roth termina a semana empregado.

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O Grêmio perdeu no Rio, o que era esperado. O pior é que Victor continua falhando e a reserva de Marcelo Grohe virou injustiça. Do jeito que a coisa (des)anda, o Grêmio vai brigar para não cair, assombrado pelo fantasma nada camarada do rebaixamento.

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Apesar de estar melhor na tabela, o Inter também decepcionou ao só empatar com o Atlético-GO dentro do Beira Rio. A equipe ainda oscila demais e a distância para o título fica cada vez maior. Quem sabe o Colorado até possa lutar por vaga na Libertadores, mas precisará melhorar muito para encarar a pesada concorrência.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

E o sofrimento continua...

Pitter Ellwanger

Grêmio e Inter vivem a iminência de uma temporada perdida – no caso do Tricolor, mais uma entre tantas nos últimos anos. Até a esperança de brigar por uma vaga na Libertadores é escassa; pensar no título brasileiro, então, parece fora de cogitação.
Depois de três derrotas consecutivas, o Inter voltou a vencer, é verdade. Mesmo assim, a saída de Paulo Roberto Falcão foi surpreendente e precipitada. Seu trabalho ainda estava no começo, diferente do caso de Renato Portaluppi, no Grêmio, que havia perdido a capacidade de mobilização do vestiário. Nos dois casos, porém, prevaleceu a hierarquia do clube – leia-se a vontade do presidente. Os ídolos da torcida não tinham a simpatia de Luigi e de Odone, que não perderam a “oportunidade”.
No Grêmio, a decisão foi acertada, não havia escolha. No Inter, Falcão acabou vítima das circunstâncias e da proximidade com o truculento vice de futebol, Roberto Siegmann. Quem ganha e quem perde com tudo isso só o tempo vai dizer. O fato é que os dois clubes fizeram o que precisava ser feito neste momento.

Outro semestre perdido?
Dentro de campo, a perspectiva do início de temporada não se modificou. O Inter tem um grupo qualificado, mas um time que oscila demais. O Grêmio melhorou a qualidade do plantel com algumas contratações, mas ainda não encontrou padrão de jogo. Ou seja: Foi um semestre perdido que deve custar o segundo!

E a Copa América, hein?
O fiasco do Brasil nos pênaltis foi algo inexplicável, mas é preciso reconhecer o momento de renovação comandado por Mano Menezes. A base é jovem e talentosa, requer tempo de adaptação e entrosamento. O futuro da seleção é promissor.
Quanto ao campeão, nada mais justo. O retrospecto recente mostra que o Uruguai recuperou sua força no futebol e o título conquistado ontem é um reconhecimento à geração de Forlan.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

As “viúvas” de Portaluppi

Pitter Ellwanger

A despedida de um ídolo sempre é triste.
RENATO PORTALUPPI mora no coração de todos os gremistas, que trazem eternizadas na memória as imagens do camisa 7 entortando os zagueiros do Hamburgo. A final do Mundial de 83 transformou o jogador em mito no imaginário do torcedor. Por isso a grande comoção com sua saída do Olímpico.
Como gremista, também sou fã incondicional de Renato. Mas a análise fria do desempenho do time na atual temporada não deixa dúvidas de que a troca do treinador é o melhor caminho – para o bem do Grêmio e do próprio ídolo. Curiosamente, Renato não conseguiu repetir o ótimo aproveitamento do ano passado. É bem verdade que ele perdeu jogadores importantes, como o artilheiro Jonas, e não teve reposições à altura, caso de Lins. Mas também é verdade que a convicção que sobrava no segundo semestre andou em falta agora. O treinador fez escolhas equivocadas, tanto de esquema, quanto de jogadores. E o pior de tudo: insistiu no erro!
Não culpo Renato pelo fracasso do Grêmio; ele tem apenas parte da culpa. Os vilões estão na direção do clube. Como já escrevi aqui, Paulo Odone é A MAIOR DECEPÇÃO dos últimos tempos. Em seis meses, transformou a esperança na retomada das grandes vitórias em conformismo por mais um ano SEM GANHAR NADA!

E o novo técnico?
Julinho Camargo não parece ter pulso para comandar um vestiário cheio de “viúvas” do Renato. Gostaria de ver Dorival Júnior no Grêmio, mas ele não saiu do Atlético-MG nem depois de tomar quatro do Inter em casa. Sobre Cuca e Adílson, ainda bem que não vieram. Nunca pensei que diria isso, mas a melhor alternativa para arrumar a casa talvez seria CELSO ROTH!!!

Confiança Colorada
Confiança é tudo no futebol. E foi isso que o Inter recuperou com as grandes atuações contra Figueirense e Atlético-MG. Como o próximo adversário será o lanterna Atlético-PR, o time de Falcão tem tudo para embalar de vez no Brasileirão. O único “porém” será a ausência de Oscar, que vai para a seleção sub-20. O jovem atleta tem sido um dos pontos de equilíbrio do esquema colorado.

Seleção decepciona
O Brasil ficou devendo na estreia da Copa América. O empate com a Venezuela mostrou que é cedo para apostar tudo em Neymar, Ganso e Cia. São grandes jogadores, sem dúvida, mas o entrosamento na seleção requer tempo. Mano Menezes está no caminho certo, apostando nos melhores – só falta “encaixar”.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Agora é que são elas!

Pitter Ellwanger

A vitória do Inter sobre o Figueirense foi convincente e mostrou que Oscar é titular absoluto, principalmente quando o jogo é fora de casa. Falcão é inteligente e não deve insistir no erro. Pena que a partida contra o Atlético-MG, nesta quinta-feira, será a último da garoto antes da apresentação na seleção sub-20.
Por falar em “insistir no erro”, Renato esgotou sua cota de invencionices em mais uma derrota vexatória do Grêmio fora de casa. Vexatória não pelo placar, mas pela forma como se deu. A rigor, o time só chutou a primeira bola em gol quase no final do primeiro tempo. Por isso, insistir com três zagueiros, seis no meio e apenas um no ataque deixou de ser erro; virou burrice!

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Para Falcão, o jogo do meio de semana pode ser a afirmação de um novo momento no Beira Rio. Para Renato, chegou a hora da verdade. Com reforços à disposição, ele tem pela frente a missão de encontrar o melhor Grêmio de 2011, assim como fez no final de 2010. Ou será que a mesma mão que colocou a equipe nos eixos no Brasileirão passado pode atrapalhar a campanha atual?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Na trilha do Santos de Pelé

Pitter Ellwanger

O calcanhar de Ganso no primeiro gol do Santos contra o Peñarol é emblemático. A grande jogada, muito bem conduzida por Arouca e concluída na categoria de Neymar, é o detalhe que justifica a conquista da Libertadores da América pelo clube paulista. Talvez o Santos de 2011 até nem seja melhor do que o Santos de 2010, campeão da Copa do Brasil. Mas uma geração com o futebol de Neymar e Paulo Henrique Ganso não merece menos do que isso.

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Sorte dos demais brasileiros – principalmente da dupla Gre-Nal –, que em tese terão um adversário a menos no Brasileirão. Mesmo em condições de brigar pelo título como favorito, o Santos terá dificuldades em segurar seus craques, sem contar o relaxamento natural de quem já garantiu vaga na Libertadores do ano que vem e tem pela frente um Mundial de Clubes. Aliás, está pintando um jogão em dezembro: Barcelona de Messi x Santos de Neymar.

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É o Santos de Neymar seguindo a trilha do Santos de Pelé.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dias melhores virão?

Pitter Ellwanger

Qualquer comentário sobre a dupla Gre-Nal na arrancada do Brasileirão já ficou chato e repetitivo. Depois de cinco rodadas, não há novidades. Os problemas são os mesmos e a falta de soluções está virando “doença crônica”, tanto para um, quanto para outro. Ninguém sabe se desse mato vai sair coelho!
No Grêmio, o ataque com Lins e Viçosa “ataca os nervos” da torcida. A direção fez estardalhaço com as contratações de Gilberto Silva, Miralles e Marquinhos logo depois da derrota para o Corinthians, mas parece que voltou a dormir em berço esplêndido. É muito pouco! Ainda falta qualidade, até Odone reconhece. O curioso é que ele, o presidente, já deveria ter encontrado soluções. Ou a reclamação foi só autocrítica?
Pelos lados do Beira Rio, a turbulência deu uma acalmada, mas é visível a falta de padrão de jogo e o clima de animosidade entre o técnico Paulo Roberto Falcão e algumas estrelas do plantel colorado. Sem contar que o Inter também precisa de reforços!

Não tem nada de positivo, então?
É claro que tem!
As boas atuações de Saimon e Mário Fernandes, no Grêmio, e do goleiro Muriel, no Inter, servem de alento para a torcida e de alerta para os dirigentes. Valorizar as categorias de base pode ser a melhor saída em tempos de crise técnica e financeira.

O líder São Paulo é imbatível?
O São Paulo é o melhor exemplo de investimento na base, tanto que lidera o Brasileirão 2011 com 100% de aproveitamento e um time cheio de garotos. Mas isso não quer dizer que o tricolor paulista é imbatível e já começa a encaminhar o título, como projetam alguns apressadinhos da grande imprensa. Das cinco vitórias até aqui, duas – contra Atlético-MG e Ceará – devem ser creditadas diretamente da conta do veterano Rogério Ceni. Além disso, nos próximos 40 dias o São Paulo perderá pelo menos cinco jogadores para as seleções sub-20 e principal. Entre eles, o volante Casemiro e o meia Lucas, um dos craques do momento.

E a final da Libertadores da América?
Se eu tivesse que apostar, apostaria no Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso. O clube brasileiro é franco favorito na decisão contra o Peñarol, hoje à noite, no Pacaembu, principalmente depois do 0 a 0 em Montevidéu. Só um detalhe: O Inter também era franco favorito contra esse mesmo Peñarol no Beira Rio...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Os problemas de Grêmio e Inter

Pitter Ellwanger

A dupla Gre-Nal vive seu “inferno astral”. Os problemas de Grêmio e Internacional são diferentes, mas os resultados praticamente iguais. Os times ainda patinam no Brasileirão e as chances de uma grande campanha no segundo semestre vão ficando para trás.
No Grêmio, Renato Portaluppi tem o comando do vestiário, mas (ainda) faltam opções de qualidade. No Inter, acontece justamente o contrário: Falcão padece da falta de comando sobre um grupo qualificado e cheio de medalhões, ultimamente mais interessados em derrubar técnicos do que adversários. São situações opostas que levam ao mesmo destino: uma campanha pífia até aqui!

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Como já escrevi, a falta de resultados pode vitimar Falcão mais cedo do que se imagina, apesar das suas boas ideias. A teoria não vinga sem a prática, e o eterno ídolo colorado ficou muito tempo afastado desta segunda. Qual a solução? Talvez não exista! O excesso de cordialidade e elegância do Rei Roma pode fazê-lo sucumbir às pressões – mais internas do que da própria torcida.

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Já Renato, parece vítima do excesso de intimidade com boleiros. Sem contar o habitual egocentrismo, algo comum no universo dos treinadores de futebol, mas que no seu caso é amplificado. Ele resgatou o Grêmio das sombras de um possível rebaixamento no ano passado para uma classificação heróica à Libertadores. Como? Fazendo o simples, o feijão com arroz! Por isso, é inconcebível improvisar Gabriel no meio – só para agradar um “bruxo” – e jogar somente com um atacante. Renato foi covarde no Morumbi!

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Eis os problemas da dupla Gre-Nal... Haverá solução?

Ronaldo, eterno fenômeno

Pitter Ellwanger

Ronaldo foi um dos maiores jogadores de todos os tempos. Um fenômeno, literalmente, dentro e fora de campo. Como ninguém, viveu os prazeres e dissabores da bola – forma, aliás, que deve acompanhá-lo na aposentadoria. É o maior artilheiro da história das Copas (15 gols) e na Seleção Brasileira só fica atrás de Pelé.
Mas Ronaldo foi muito mais do que seus feitos no futebol. Ao mesmo tempo em que parecia acima dos “pobres mortais” com a bola nos pés, também fez o povo brasileiro se identificar com a sua história de vida cheia de erros e acertos, marcada pela eterna “volta por cima”. Ronaldo cometeu deslizes, como todo mundo. Porém, depois de cair, sempre soube levantar, como poucos. Por isso, além de gols e jogadas geniais, Ronaldo deixa sua marca como um sujeito boa praça, gente como a gente, FENOMENAL!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Futebol sem comparação

Pitter Ellwanger


Comentar a segunda rodada do Brasileirão, depois de mais um show do Barcelona, faz o nosso futebol parecer sem graça.
A turma de Lionel Messi transformou o grande Manchester United num time de várzea, encurralado e sem ação, tamanha sua superioridade. O craque argentino dispensa comentários. Terminou como artilheiro da Champions League, com 12 gols em 13 jogos, e mais de 50 na temporada inteira. Na comparação inevitável, talvez ele até seja melhor do que foi Maradona, mas ainda falta uma Copa do Mundo para provar.
O detalhe, porém, é que o Barcelona não se resume a Messi. Os craques se multiplicam em campo. O que dizer do passe de Xavi para o gol de Pedro? E o golaço de Villa, hein? Sem contar Iniesta, Piqué, Busquets, Daniel Alves e por aí vai. Com certeza é o melhor time que a minha geração viu jogar até hoje.


Voltando à realidade...
Ainda levará um tempo para se saber do que a dupla Gre-Nal é capaz neste Brasileirão. O Grêmio venceu, mas com um gol contra e passando sufoco para segurar o resultado no segundo tempo. Já o Inter voltou a decepcionar, perdendo em casa para o Ceará e deixando escapar a chance de uma boa arrancada.

O Grêmio é um time remendado, com vários lesionados e ainda sem reforços à disposição. A tônica da superação, que se viu ontem, será uma constante até Renato poder contar com todo o plantel à disposição e fechado. O grupo atual é deficiente, mas a esperança de futuro é positiva. As contratações feitas até agora são interessantes – pelo menos no papel. Portanto, qualquer análise mais profunda não é adequada pela falta de consistência.

No Inter, o problema é outro. O grupo é qualificado, mas parece viciado pela continuidade. Com pouco mais de um mês de trabalho, Falcão já sente o peso da dificuldade para implantar suas boas ideias de futebol. Como disse um amigo meu, “o problema do Falcão é que ele acha que todo jogador é inteligente como ele era”. Concordo com a afirmação. Porém, mais do que isso, penso que Falcão é um teórico que ficou muito tempo longe da prática e que pode ser vitimado pela realidade do futebol de resultados.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Brasileirão começa morno

Pitter Ellwanger


Já virou rotina nos últimos anos. O Brasileirão começa morno, sem nenhuma equipe que desponte como grande favorita ou com uma atuação de luxo que possa preocupar os demais rivais.


É tudo muito igual e indefinido ainda.


É claro que os clubes que vem de um bom primeiro semestre – caso do Santos – aparecem em vantagem, mas qualquer projeção é prematura. O próprio Santos, com foco na Libertadores, deve jogar descontado as primeiras rodadas. E assim também acontece com aqueles times ainda em formação, com reforços para chegar. O campeonato é longo, e talvez só depois de dez, onze rodadas seja possível diagnosticar quem de fato pode brigar pelo título.

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A dupla Gre-Nal deixou a desejar na estreia. O empate colorado na Vila Belmiro pode ser considerado um bom resultado, mas esperava-se mais do Inter contra a equipe reserva do Santos. Por isso a decepção da torcida. Mas Falcão tem um grupo qualificado, em condições de colocar o Internacional novamente nos trilhos.
Pelo lado do Grêmio, a derrota para o Corinthians só reafirma uma preocupação escancarada no Olímpico desde o início do ano. O grupo é muito deficiente, não tem peças de reposição e conta com titulares contestáveis, principalmente na defesa e no ataque.
Renato não tem culpa. A decepção fica por conta da direção tricolor, na figura do presidente Paulo Odone. Ele era a esperança de uma retomada vitoriosa, mas quase seis meses se passaram e o grupo não teve nenhum acréscimo de qualidade em relação ao ano passado. Pelo contrário, só perdeu jogadores importantes.

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E assim, depois das derrotas no Gauchão e na Libertadores, o Grêmio começa mais um Brasileirão aos trancos e barrancos, sem muita expectativa de futuro. Coitada da torcida gremista...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

A revolução do Gre-Nal

Pitter Ellwanger



O Inter é o campeão gaúcho com justiça. Mas também seria justo se o Grêmio tivesse levantado a taça. Foi tão grande o equilíbrio de forças na final do Gauchão 2011, que o título acabou decidido nos pênaltis, na segunda série de cobranças alternadas.
Entre vencedores e vencidos, o que fica destes dois clássicos trepidantes, com 10 gols e outros tantos desperdiçados, eu diria que é um novo padrão para o Gre-Nal. Grêmio e Internacional, via de regra, sempre protagonizaram confrontos truncados, de muita marcação e poucos gols. Os times entravam em campo mais preocupados em não perder. Pois Falcão e Renato Portaluppi estão revolucionando o clássico de maior rivalidade do país.
A esperança é de que o futebol ofensivo que se viu no Beira Rio e no Olímpico passe a ser uma constante na história do Gre-Nal. Foram dois jogos bem abertos, com as duas equipes buscando o gol até o último segundo. Se antes os torcedores contavam nos dedos as chances de cada lado num clássico, hoje até o compacto dos melhores momentos ficou pequeno para tanta emoção.
E tudo isso só tem um nome, ou melhor, dois: Falcão e Renato. São técnicos que gostam de ver seus times jogando para frente, atacando em busca do gol. Quando erram, também não têm medo de corrigir. Aliás, é certo que dificilmente vão errar por omissão.
Talvez minha impressão seja passageira, afinal, o futebol é mais do que dinâmico, como deu para perceber nos dois jogos da final. Mas é certo que o esporte só tem a ganhar com esta revolução.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Vitória mais do que justa

Pitter Ellwanger

Como era de se esperar, o Internacional sentiu mais o baque pela eliminação na Libertadores da América, enquanto que o Grêmio, surpreendentemente, talvez tenha feito sua melhor atuação na temporada. Foi um Gre-Nal aberto, com várias situações de gol, principalmente no primeiro tempo. A vitória tricolor foi mais do que justa e a diferença de apenas um gol saiu barato para o Inter.


Depois deste clássico, pairam duas questões:
1) Por que Renato não escalou Leandro e Escudero no Gre-Nal anterior e na partida pela Libertadores no Chile?
Leandro infernizou a defesa colorada com dribles desconcertantes. Foi um dos nomes do clássico ao lado do predestinado Junior Viçosa. O garoto é a maior esperança gremista para o restante da temporada. Já Escudero – expulso injustamente, diga-se de passagem – mostrou que tem condições de completar o meio-campo na ausência de Lúcio e fazer Renato desistir da ideia maluca de atuar com três volantes.
2) O que está acontecendo no vestiário colorado?
Não é apenas o segundo gol relâmpago em dois jogos que levanta dúvidas sobre o ambiente no vestiário colorado. O que se viu no segundo tempo foi um Inter medíocre, desinteressado, com jogadores como D’Alessandro dando a impressão de “corpo mole”. Ninguém discute a superioridade gremista no clássico de ontem, com Fábio Rochemback dando uma aula de futebol. Mas que algo estranho está acontecendo no Beira Rio, isso está!


O que fica do Gre-Nal, então?
Nada está decidido, mas o favoritismo agora é do Grêmio.
A vitória e a boa atuação não podem mascarar um problema ainda latente: a fragilidade defensiva! Nisso, aliás, Grêmio e Inter combinam. As duas defesas comprometem com frequência, o que coloca a contratação de zagueiros como necessidade urgente no Olímpico e no Beira Rio. A vantagem gremista está “debaixo dos paus”, como se diz. Marcelo Grohe vem substituindo Victor com grandes atuações, enquanto que Renan segue vacilante.
Para não fazer feio no Brasileirão, as direções terão de contratar!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Lógica de um lado, surpresa do outro

Pitter Ellwanger


Ninguém esperava a derrota do Inter.
A eliminação do Grêmio era questão de tempo.
De um lado, a lógica. Do outro, a surpresa!
Agora, tudo é Gauchão, e o “cafezinho” virou o “banquete” do primeiro semestre para a dupla Gre-Nal.
Combalido por lesões em excesso e pela falta de um plantel mais qualificado, na teoria o Grêmio entra em desvantagem. Mas o fator anímico pós-Libertadores tem maior peso no lado colorado. O Inter era franco-favorito contra o Peñarol, enquanto que os gremistas já demonstravam certo conformismo com a eliminação para o Universidad Católica depois da derrota em casa.
Ou seja: 0 a 0! Grêmio e Inter “morreram abraçados” e vão tratar de lamber as feridas em dois clássicos com cara de velório.

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Dos cinco brasileiros na fase de grupos da Libertadores 2011, quatro deram adeus à competição nas oitavas-de-final.
A derrota do Cruzeiro, que havia vencido seis dos sete jogos, marcado 20 gols e sofrido apenas três, foi a mais surpreendente, provando que no futebol “o jogo só acaba quando termina”.
O Santos escapou por pouco. Tem grandes jogadores, mas ainda oscila muito. Não sei se tem bala na agulha para ser campeão, ainda mais com o Muricy, que só ganha Campeonato Brasileiro.

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Falando em técnico...
Queria ter visto a cara do Celso Roth ontem, depois dos jogos da dupla Gre-Nal. Parece que foi internado com dor nas costelas!!!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sem Gre-Nal na Libertadores

Pitter Ellwanger

Paulo Sant’Ana escreveu dias atrás que a droga da esperança ilude e mata. No caso do futebol, é alimentada pela paixão, que cega o amante e distorce sua noção de realidade.
Quem é capaz de acreditar na classificação do Grêmio à próxima fase da Libertadores, jogando fora de casa e precisando reverter um resultado negativo? Pior, com um grupo em frangalhos, repleto de desfalques, tendo que fazer no mínimo dois gols e não levar nenhum? Mais improvável ainda, contra um adversário motivado e sem ter no retrospecto recente uma grande atuação?
Só o apaixonado torcedor gremista para acreditar!
Sob o ponto de vista da magia do futebol, tudo é possível. O cenário, porém, não pode ser mais desolador. A dura realidade indica a desclassificação. E mesmo que o milagre venha a acontecer, os problemas do Grêmio não desaparecerão da noite para o dia. Com um time desses não se ganha Libertadores!

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Por outro lado, o Inter deve classificar. É claro que não existe “jogo jogado”, mas a equipe de Falcão é superior. O próprio Peñarol não leva fé no taco, tanto que deve poupar três titulares para o clássico do fim de semana pelo campeonato uruguaio.

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Com a provável classificação colorada e a quase certa eliminação gremista, infelizmente não teremos Gre-Nal na Libertadores.
O único problema para nós, gremistas, é que a droga da esperança só morre no final, depois do apito do juiz.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mais dois superclássicos

Pitter Ellwanger


O Inter tem um grupo superior e o Gauchão merece mais dois clássicos para decidir o título. Os colorados dominaram a maior parte do Gre-Nal deste domingo, mas não tiveram conclusões a gol na mesma proporção do tempo de posse de bola.
O Grêmio melhorou depois que Renato desfez a escalação inicial, uma loucura com três zagueiros e três volantes que nem Celso Roth seria capaz de tentar. Mas a reação só aconteceu, de fato, a partir da expulsão de Guiñazu, que deu uma de Borges e quase “entregou” o título da Taça Farroupilha ao maior rival.
O empate no tempo normal foi justo, assim como a conquista do Inter nos pênaltis. O Grêmio se ressentiu de Victor e Renan parece ter conquistado um lugar entre os 11 titulares de Falcão. A expectativa é a melhor possível para os próximos clássicos.

Quem leva?
“Clássico é clássico e vice-versa”, já dizia o filósofo...
Mas o Inter é favorito por ter um plantel mais qualificado. Apesar de decidir no Olímpico, o Grêmio tem convivido com muitos problemas de lesão e faltam opções ao técnico Renato Portaluppi.

Lamentável!
Totalmente sem propósito as acusações do dirigente Roberto Siegmann. Ele foi infeliz – para não dizer coisa pior – ao chamar o árbitro Márcio Chagas de mal intencionado. A expulsão de Guiñazu foi justa e, para mim, houve falta de Leandro Damião sobre o zagueiro no gol do Inter, o que não desmerece a vitória. E para combinar com o nível das manifestações do vice de futebol, eu diria que esse imbecil do Siegmann merece uma focinheira.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Os reis do improvável

Pitter Ellwanger


Quem pode com Lionel Messi?
O Barcelona é um timaço, tem craques em todas as posições.
Mas Messi é gênio!
O segundo gol sobre o Real Madrid, nesta quarta-feira, tem a assinatura do jogador fora de série, que não nasce todo dia. Aliás, é muito difícil precisar de quanto em quanto tempo surgem os “reis do improvável”, como Pelé, Maradona e... Messi!
Sei que existem vários jogadores extraordinários em todas as épocas, mas neste momento não cabe nenhum outro tipo de comparação. O argentino descende de uma estirpe única, que não duvido seja de outro mundo – o mundo mágico da bola!
Para quem não vê Messi com esses olhos, o segundo gol fala por si; derruba qualquer resistência.
Se alguém pode com ele, eu não sei; mas que ele “pode” com todo mundo, não há o que discutir...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Nada de novo na gangorra

Pitter Ellwanger


Nada mais justo do que voltar a escrever sobre futebol numa hora ruim – pelo menos para nós, gremistas. É fácil dar opinião na hora boa. O duro é analisar a triste realidade do momento, com o Grêmio quase fora da Libertadores 2011 depois da derrota em casa para o Universidad Católica. A expulsão inexplicável de Borges, que comprometeu a atuação da equipe ontem à noite, é apenas a ponta do iceberg nesta mal fadada temporada.
Desde a última coluna, em setembro do ano passado, o Inter perdeu para o “glorioso” Mazembe, o Grêmio conquistou uma classificação heroica para a Libertadores; mas, de fato, nada mudou na eterna gangorra do futebol gaúcho. Enquanto a direção colorada manteve seus principais jogadores e trouxe reforços do nível de Mario Bolatti, a direção tricolor perdeu o artilheiro Jonas e lotou o plantel com jogadores de quinta categoria.
É como dizem por aí: o que começa mal termina mal. Toda ilusão tem sua beleza, mas a razão impera no final. Na verdade, mesmo que às vezes surpreenda, o futebol está longe de ser uma “caixinha de surpresas”. Sem planejamento não há vitória e só torcida não ganha jogo. Aliás, nos últimos anos, a grande nação tricolor tem sido o único reforço de peso no Estádio Olímpico.
Agora, é rezar para não tomar uma “saranda” no Gre-Nal. Falando nisso, existe algum santo protetor da bola aérea???