segunda-feira, 30 de maio de 2011
Futebol sem comparação
Comentar a segunda rodada do Brasileirão, depois de mais um show do Barcelona, faz o nosso futebol parecer sem graça.
A turma de Lionel Messi transformou o grande Manchester United num time de várzea, encurralado e sem ação, tamanha sua superioridade. O craque argentino dispensa comentários. Terminou como artilheiro da Champions League, com 12 gols em 13 jogos, e mais de 50 na temporada inteira. Na comparação inevitável, talvez ele até seja melhor do que foi Maradona, mas ainda falta uma Copa do Mundo para provar.
O detalhe, porém, é que o Barcelona não se resume a Messi. Os craques se multiplicam em campo. O que dizer do passe de Xavi para o gol de Pedro? E o golaço de Villa, hein? Sem contar Iniesta, Piqué, Busquets, Daniel Alves e por aí vai. Com certeza é o melhor time que a minha geração viu jogar até hoje.
Voltando à realidade...
Ainda levará um tempo para se saber do que a dupla Gre-Nal é capaz neste Brasileirão. O Grêmio venceu, mas com um gol contra e passando sufoco para segurar o resultado no segundo tempo. Já o Inter voltou a decepcionar, perdendo em casa para o Ceará e deixando escapar a chance de uma boa arrancada.
O Grêmio é um time remendado, com vários lesionados e ainda sem reforços à disposição. A tônica da superação, que se viu ontem, será uma constante até Renato poder contar com todo o plantel à disposição e fechado. O grupo atual é deficiente, mas a esperança de futuro é positiva. As contratações feitas até agora são interessantes – pelo menos no papel. Portanto, qualquer análise mais profunda não é adequada pela falta de consistência.
No Inter, o problema é outro. O grupo é qualificado, mas parece viciado pela continuidade. Com pouco mais de um mês de trabalho, Falcão já sente o peso da dificuldade para implantar suas boas ideias de futebol. Como disse um amigo meu, “o problema do Falcão é que ele acha que todo jogador é inteligente como ele era”. Concordo com a afirmação. Porém, mais do que isso, penso que Falcão é um teórico que ficou muito tempo longe da prática e que pode ser vitimado pela realidade do futebol de resultados.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Brasileirão começa morno
Já virou rotina nos últimos anos. O Brasileirão começa morno, sem nenhuma equipe que desponte como grande favorita ou com uma atuação de luxo que possa preocupar os demais rivais.
É tudo muito igual e indefinido ainda.
É claro que os clubes que vem de um bom primeiro semestre – caso do Santos – aparecem em vantagem, mas qualquer projeção é prematura. O próprio Santos, com foco na Libertadores, deve jogar descontado as primeiras rodadas. E assim também acontece com aqueles times ainda em formação, com reforços para chegar. O campeonato é longo, e talvez só depois de dez, onze rodadas seja possível diagnosticar quem de fato pode brigar pelo título.
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A dupla Gre-Nal deixou a desejar na estreia. O empate colorado na Vila Belmiro pode ser considerado um bom resultado, mas esperava-se mais do Inter contra a equipe reserva do Santos. Por isso a decepção da torcida. Mas Falcão tem um grupo qualificado, em condições de colocar o Internacional novamente nos trilhos.
Pelo lado do Grêmio, a derrota para o Corinthians só reafirma uma preocupação escancarada no Olímpico desde o início do ano. O grupo é muito deficiente, não tem peças de reposição e conta com titulares contestáveis, principalmente na defesa e no ataque.
Renato não tem culpa. A decepção fica por conta da direção tricolor, na figura do presidente Paulo Odone. Ele era a esperança de uma retomada vitoriosa, mas quase seis meses se passaram e o grupo não teve nenhum acréscimo de qualidade em relação ao ano passado. Pelo contrário, só perdeu jogadores importantes.
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E assim, depois das derrotas no Gauchão e na Libertadores, o Grêmio começa mais um Brasileirão aos trancos e barrancos, sem muita expectativa de futuro. Coitada da torcida gremista...
segunda-feira, 16 de maio de 2011
A revolução do Gre-Nal
O Inter é o campeão gaúcho com justiça. Mas também seria justo se o Grêmio tivesse levantado a taça. Foi tão grande o equilíbrio de forças na final do Gauchão 2011, que o título acabou decidido nos pênaltis, na segunda série de cobranças alternadas.
Entre vencedores e vencidos, o que fica destes dois clássicos trepidantes, com 10 gols e outros tantos desperdiçados, eu diria que é um novo padrão para o Gre-Nal. Grêmio e Internacional, via de regra, sempre protagonizaram confrontos truncados, de muita marcação e poucos gols. Os times entravam em campo mais preocupados em não perder. Pois Falcão e Renato Portaluppi estão revolucionando o clássico de maior rivalidade do país.
A esperança é de que o futebol ofensivo que se viu no Beira Rio e no Olímpico passe a ser uma constante na história do Gre-Nal. Foram dois jogos bem abertos, com as duas equipes buscando o gol até o último segundo. Se antes os torcedores contavam nos dedos as chances de cada lado num clássico, hoje até o compacto dos melhores momentos ficou pequeno para tanta emoção.
E tudo isso só tem um nome, ou melhor, dois: Falcão e Renato. São técnicos que gostam de ver seus times jogando para frente, atacando em busca do gol. Quando erram, também não têm medo de corrigir. Aliás, é certo que dificilmente vão errar por omissão.
Talvez minha impressão seja passageira, afinal, o futebol é mais do que dinâmico, como deu para perceber nos dois jogos da final. Mas é certo que o esporte só tem a ganhar com esta revolução.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Vitória mais do que justa
Como era de se esperar, o Internacional sentiu mais o baque pela eliminação na Libertadores da América, enquanto que o Grêmio, surpreendentemente, talvez tenha feito sua melhor atuação na temporada. Foi um Gre-Nal aberto, com várias situações de gol, principalmente no primeiro tempo. A vitória tricolor foi mais do que justa e a diferença de apenas um gol saiu barato para o Inter.
Depois deste clássico, pairam duas questões:
1) Por que Renato não escalou Leandro e Escudero no Gre-Nal anterior e na partida pela Libertadores no Chile?
Leandro infernizou a defesa colorada com dribles desconcertantes. Foi um dos nomes do clássico ao lado do predestinado Junior Viçosa. O garoto é a maior esperança gremista para o restante da temporada. Já Escudero – expulso injustamente, diga-se de passagem – mostrou que tem condições de completar o meio-campo na ausência de Lúcio e fazer Renato desistir da ideia maluca de atuar com três volantes.
2) O que está acontecendo no vestiário colorado?
Não é apenas o segundo gol relâmpago em dois jogos que levanta dúvidas sobre o ambiente no vestiário colorado. O que se viu no segundo tempo foi um Inter medíocre, desinteressado, com jogadores como D’Alessandro dando a impressão de “corpo mole”. Ninguém discute a superioridade gremista no clássico de ontem, com Fábio Rochemback dando uma aula de futebol. Mas que algo estranho está acontecendo no Beira Rio, isso está!
O que fica do Gre-Nal, então?
Nada está decidido, mas o favoritismo agora é do Grêmio.
A vitória e a boa atuação não podem mascarar um problema ainda latente: a fragilidade defensiva! Nisso, aliás, Grêmio e Inter combinam. As duas defesas comprometem com frequência, o que coloca a contratação de zagueiros como necessidade urgente no Olímpico e no Beira Rio. A vantagem gremista está “debaixo dos paus”, como se diz. Marcelo Grohe vem substituindo Victor com grandes atuações, enquanto que Renan segue vacilante.
Para não fazer feio no Brasileirão, as direções terão de contratar!
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Lógica de um lado, surpresa do outro
A eliminação do Grêmio era questão de tempo.
De um lado, a lógica. Do outro, a surpresa!
Agora, tudo é Gauchão, e o “cafezinho” virou o “banquete” do primeiro semestre para a dupla Gre-Nal.
Combalido por lesões em excesso e pela falta de um plantel mais qualificado, na teoria o Grêmio entra em desvantagem. Mas o fator anímico pós-Libertadores tem maior peso no lado colorado. O Inter era franco-favorito contra o Peñarol, enquanto que os gremistas já demonstravam certo conformismo com a eliminação para o Universidad Católica depois da derrota em casa.
Ou seja: 0 a 0! Grêmio e Inter “morreram abraçados” e vão tratar de lamber as feridas em dois clássicos com cara de velório.
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Dos cinco brasileiros na fase de grupos da Libertadores 2011, quatro deram adeus à competição nas oitavas-de-final.
A derrota do Cruzeiro, que havia vencido seis dos sete jogos, marcado 20 gols e sofrido apenas três, foi a mais surpreendente, provando que no futebol “o jogo só acaba quando termina”.
O Santos escapou por pouco. Tem grandes jogadores, mas ainda oscila muito. Não sei se tem bala na agulha para ser campeão, ainda mais com o Muricy, que só ganha Campeonato Brasileiro.
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Falando em técnico...
Queria ter visto a cara do Celso Roth ontem, depois dos jogos da dupla Gre-Nal. Parece que foi internado com dor nas costelas!!!
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Sem Gre-Nal na Libertadores
Paulo Sant’Ana escreveu dias atrás que a droga da esperança ilude e mata. No caso do futebol, é alimentada pela paixão, que cega o amante e distorce sua noção de realidade.
Quem é capaz de acreditar na classificação do Grêmio à próxima fase da Libertadores, jogando fora de casa e precisando reverter um resultado negativo? Pior, com um grupo em frangalhos, repleto de desfalques, tendo que fazer no mínimo dois gols e não levar nenhum? Mais improvável ainda, contra um adversário motivado e sem ter no retrospecto recente uma grande atuação?
Só o apaixonado torcedor gremista para acreditar!
Sob o ponto de vista da magia do futebol, tudo é possível. O cenário, porém, não pode ser mais desolador. A dura realidade indica a desclassificação. E mesmo que o milagre venha a acontecer, os problemas do Grêmio não desaparecerão da noite para o dia. Com um time desses não se ganha Libertadores!
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Por outro lado, o Inter deve classificar. É claro que não existe “jogo jogado”, mas a equipe de Falcão é superior. O próprio Peñarol não leva fé no taco, tanto que deve poupar três titulares para o clássico do fim de semana pelo campeonato uruguaio.
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Com a provável classificação colorada e a quase certa eliminação gremista, infelizmente não teremos Gre-Nal na Libertadores.
O único problema para nós, gremistas, é que a droga da esperança só morre no final, depois do apito do juiz.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Mais dois superclássicos
O Grêmio melhorou depois que Renato desfez a escalação inicial, uma loucura com três zagueiros e três volantes que nem Celso Roth seria capaz de tentar. Mas a reação só aconteceu, de fato, a partir da expulsão de Guiñazu, que deu uma de Borges e quase “entregou” o título da Taça Farroupilha ao maior rival.
O empate no tempo normal foi justo, assim como a conquista do Inter nos pênaltis. O Grêmio se ressentiu de Victor e Renan parece ter conquistado um lugar entre os 11 titulares de Falcão. A expectativa é a melhor possível para os próximos clássicos.
Quem leva?
“Clássico é clássico e vice-versa”, já dizia o filósofo...
Mas o Inter é favorito por ter um plantel mais qualificado. Apesar de decidir no Olímpico, o Grêmio tem convivido com muitos problemas de lesão e faltam opções ao técnico Renato Portaluppi.
Lamentável!
Totalmente sem propósito as acusações do dirigente Roberto Siegmann. Ele foi infeliz – para não dizer coisa pior – ao chamar o árbitro Márcio Chagas de mal intencionado. A expulsão de Guiñazu foi justa e, para mim, houve falta de Leandro Damião sobre o zagueiro no gol do Inter, o que não desmerece a vitória. E para combinar com o nível das manifestações do vice de futebol, eu diria que esse imbecil do Siegmann merece uma focinheira.