segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Um Gre-Nal sem sal

Pitter Ellwanger

Foi um Gre-Nal fraco tecnicamente, que só poderia ser decidido num lance muito improvável, como foi a falha do grande goleiro Victor - sem dúvida o melhor em atividade no país e que tem crédito de sobra. Portanto, a derrota gremista não passa por ele, apesar do placar determinante. O mais justo ontem seria um zero a zero, tamanha a falta de ambição das duas equipes.
Mas... todo mundo sabe que em Gre-Nal o que importa são os três pontos; o resto, é choro de perdedor!!!
Não pretendo me debulhar em lágrimas, até porque é mais racional não passar o ano fugindo da realidade. Na análise fria dos números, o fato é que o Grêmio termina a temporada de forma melancólica, vítima de erros repetitivos, enquanto o Inter ainda sonha salvar o centenário com o título do Brasileirão. A disputa segue aberta, com pelo menos cinco candidatos, e a julgar pela inconstância das equipes, tudo pode acontecer.
Ainda sobre o Gre-Nal, não concordo com a maioria dos comentaristas esportivos, que viram uma “grande vitória tática” de Mário Sérgio sobre Paulo Autuori. Os dois técnicos armaram seus times para não perder e o que se viu em campo foi um dos clássicos mais insossos dos últimos anos. Não fosse o lance de sorte de D’Alessandro - e azar de Victor - o empate premiaria com maior justiça a mediocridade das duas equipes.

Fracasso Tricolor
Ao Grêmio, resta lamber as feridas e planejar 2010. Afinal, foi por falta de planejamento que o Tricolor apenas “sonhou” em 2009. O problema é que a direção para o ano que vem continua sendo a mesma, e aí a esperança já começa a ir por terra...

Esperança Colorada
Ao Inter, o sonho do tetra ainda brilha no horizonte, mais vivo do que nunca. A vitória no clássico dá moral e pode ser a chance definitiva para o time engrenar. O problema é que o Inter segue vacilante, com futebol aquém do plantel que dispõe, e terá nas rodadas finais dois confrontos diretos longe do Beira Rio - São Paulo na quarta-feira e Atlético-MG dia 21 de novembro.

E agora?
O curioso de tudo isso, é que os colorados podem depender de uma “força” dos gremistas, que enfrentam São Paulo e Palmeiras no Olímpico. Só que depender deste time do Grêmio não é um bom negócio, que o diga a própria torcida tricolor...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Procura-se um Campeão!

Pitter Ellwanger

Bem que a CBF poderia fazer um anúncio do tipo “Procura-se um Campeão”, pois está cada vez mais complicado arriscar quem leva o Campeonato Brasileiro de 2009. Parece que os clubes estão disputando uma espécie de competição ao contrário, para ver quem “não vai ser campeão”. Só pode ser isso!
As duas últimas rodadas derrubam qualquer analista. Até os matemáticos estão caindo em descrédito com essas projeções de que “time A tem 75% de chance de ser campeão” e “time B tem 2% de chance de ir à Libertadores”. Do jeito que a coisa anda, é provável que na rodada seguinte as projeções se invertam...

Vejam o exemplo do Palmeiras:
Depois de vencer Cruzeiro e Santos fora de casa, o time de Muricy Ramalho teve a chance de abrir 8 pontos sobre o segundo colocado. O título estava encaminhado.
No entanto, as derrotas para Náutico (na zona do rebaixamento) e Flamengo (a surpresa do segundo turno ao lado do Cruzeiro) já ameaçam a tranquilidade palmeirense.
A situação só não ficou pior porque Inter e São Paulo também fracassam. A surpresa é o vice-líder Atlético-MG de Celso Roth.

Outro exemplo é o Inter:
De melhor do primeiro turno passou a um dos piores do segundo.
Pode parecer difícil entender tanta contradição num campeonato só, mas a explicação é simples: na falta de um grande time, deve ganhar o menos pior. Não temos “o melhor e mais disputado” campeonato do mundo; o equilíbrio do Brasileirão está na mediocridade. Basta observar as atuações de quem está na ponta.

Agora tudo é Gre-Nal!
E alguém é louco de arriscar um palpite no clássico?
Se pegar pelo desempenho da dupla Gre-Nal nas últimas rodadas, eu aposto em um empate tipo 3 a 3, 4 a 4... Afinal, Grêmio (55) e Inter (53) tem os melhores ataques do Brasileirão 2009 e suas defesas andam fazendo água jogo após jogo.
E empate (ou derrota) quer dizer “adeus do título” para o Inter e enterra de vez a ilusão do Grêmio na Libertadores.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

As apostas do Brasileirão

Pitter Ellwanger

É arriscado fazer previsões no futebol, ainda mais em uma competição de altos e baixos como o Brasileirão 2009. No entanto, algumas tendências parecem se impor como definitivas, apesar de faltarem 11 rodadas para o fim do campeonato.

Na briga pelo título...
O Palmeiras é franco-favorito e, na minha opinião, não perde mais. O São Paulo vem mostrando regularidade e é o único que ainda pode surpreender, mas eu aposto no Verdão

Quem fica no G4?
Considerando que Palmeiras e São Paulo não deixam mais o G4, restam duas vagas para a Libertadores. Talvez este seja o palpite mais difícil de arriscar, tamanha a instabilidade de quem está na briga por essas vagas. O Goiás deve sobrar e o Inter ainda é um dos favoritos para a terceira vaga. O Atlético-MG tem chance de ser o grande azarão da temporada e entrar na pré-Libertadores. Flamengo e Grêmio correm por fora. Aposta complicada...

Na degola tá mais fácil
Fluminense, Sport e Náutico não escapam do rebaixamento. A última vaga “inglória” fica entre Botafogo e Santo André.



Sobre a dupla Gre-Nal

Grêmio e Inter correm o risco de morrerem abraçados, ficando com o consolo da vaga na Sul-Americana.
No Beira Rio, apesar da saída do G4 na última rodada, as chances de ficar com a vaga na Libertadores ainda são muito grandes, principalmente pela tabela descomplicada das próximas rodadas. A chegada de Mário Sérgio pode servir para melhorar a auto-estima do grupo, que estava afundando com Tite. Aliás, talvez o problema nem seja o treinador, mas quem manda de verdade.
A impressão é de que o Inter virou um “balcão de negócios”, com interferência direta na escalação do time. Pode ser que Fernando Carvalho esteja começando a fazer mal para o clube, mas como contrariar um presidente campeão do mundo?
No Olimpíco, o Grêmio esbarra nas próprias limitações - e contradições. De time que não fazia gols, passou a melhor ataque do campeonato. E a defesa, que antes era um paredão, agora vaza sem parar e sofre com falhas bisonhas, como se viu no empate de domingo. Desse jeito, fica difícil acreditar em Libertadores...